Em 2020 lancei meu segundo livro (o primeiro foi o tema da Especialização aqui em Neurobiologia e Filosofias da Contemplação - se quiser saber mais clique aqui), 

YOGA MALANDRO: Sofrimento, Liberdade e Outras Ficções (Ed.Dialética).

Nossa jornada neste curso inicia-se buscando compreender como e por quê as escrituras modernas dos yogas foram sendo ressignificadas pela ciência biomédica. 

A partir daí, vamos buscar a história do Yoga na Índia até chegar entre nós latino-americanos. 

A partir deste ponto, descobriremos as linhas-de-fuga que yogi(ni)s brasileiros, desde os anos de 1950, criam para se legitimar no campo espiritual num país sem nenhuma experiência prévia dos signos da espiritualidade hinduísta|bramânica|védica. 

Como uma prática religiosa consegue ganhar espaço entre uma elite branca e urbana brasileira. Para isso, vamos, literalmente, conversar com 10 yogi(ni)s bem conhecidos do recém campo yoguico brasileiro e mais 3 cientistas que pesquisam yoga|meditação no país. 

Nossa principal indagação é compreender 

os meios de transplantação do yoga em terras brasileiras.

Veremos agora que até os anos de 1990-2000 o campo yoguico brasileiro era dominado por 2 denominações yoguicas autodidatas, mas que a partir dos anos de 2000 começam a perder espaço para yogas de matriz indiana e outras norte-americanas. 

Mas o mais interessante é aventarmos que o yoga entre os brasileiros vão ganhando outros ares e perspectivas até que, atualmente, possamos vislumbrar yogas de matriz não-indiana buscando seu espaço de legitimidade ao lado da crescente ortodoxia yoguica. 

Conceitos como os klesas, samadhi e kaivalya 

vão ganhando novos contornos, compondo novas cartografias.

Aventure-se conosco neste curso que irá alterar completamente sua visão dos yogas que conhece e o seu contexto social, político e espiritual.

Conteúdo Programático:

INTRODUÇÃO:

• Por que Yogas, e não O Yoga?

• Yogas além das posturas

• O que são os yogas modernos?

• Yogas Malandros, linhas-de-fuga

DO YOGA-SUTRAS AO SURGIMENTO DOS YOGAS MODERNOS:

• Período Antigo 
• Período Védico ou “Clássico”
• Período “Medieval”
• Período Moderno

YOGIS MODERNOS E A CIÊNCIA BIOMÉDICA: A RESSIGNIFICAÇÃO DAS ESCRITURAS YOGICAS:

• Inovações à luz da Fisiologia 
• A Biomedicina legitimando discursos espirituais yogicos 
• Klesas se transformam em Estresse
• Profanação do Yoga e o crescimento da ortodoxia 

YOGA LATINO-AMERICANO:

• Fase Místico-Esotérico 
• Fase Visita à Índia 
• Fase Índia conhecendo a América Latina
• Fase Busca Identitária 
• Fase Híbridos x Tradicionalistas

CONVERSANDO COM YOGI(NI)S E CIENTISTAS NO BRASIL:

• Apresentação dos entrevistados 
• Questões de aproximação 
• Yoga, Hinduísmo e Biomedicina
• Agenciamentos: klesa-estresse
• Surgem os Cientistas-Yogis
• Estado e Técnica de Yoga 

YOGA MALANDRO: 

• Quem são e o que pensam?
• Yoga como Ritual de Cura?
• Alienação e Alteridade nos Yogas
• Kaivalya e Homeostase Divina
• Corpos Relaxados: Servidão Voluntária ou Linhas-de-Fuga?
• Kaivalya à Brasileira ou Shiva e Zé Pelintra em harmonia

Como Funciona essa parada aí?

A partir de Agosto, toda semana libero uma aula nova gravada. Então será um curso de 3 meses (agosto-outubro|2021), com 1 aula por semana e dividido em 6 módulos com 2 aulas/cada. Se perdeu tiozão? Pego pela mão, acompanha aí de novo:

Módulo Introdutório| aula 1_ (02/08 ) e aula 2_ (09/08)

Módulo Básico|  aula 3_ (16/08) e aula 4_ (24/08)

Módulo Yoga Moderno| aula 5_ (06/09) e aula 6_ (13/09) 

Módulo Yoga Latino-Americano| aula 7_ (20/09) e aula 8_ (27/09)

Módulo Conversando com Yogi(ni)s BR| aula 9_ (04/10) e aula 10_ (11/10)

Módulo Yoga Malandro| aula 11_ (18/10) e aula 12_ (25/10) 

Este curso é a base para se tornar um yogi(ni)-filósofe livre-pensador dos yogas. Isso, entrementes, não significa, necessariamente, ser a favor de todas as cruzas (ou hibridismos) inventadas ontem ou hoje nos yogas indianos, europeus ou latino-americanos, mas viver fora do binarismo instaurado pelo pensamento colonial yoguico (tanto do império védico ou europeu). Em poucas palavras, livre dos absolutismos clericais de monges, swamis, padres, médicos, pastores e/ou brâmanes ou cientistas que impuseram (ou impõem ainda?) suas versões “acabadas” do que é ou não yoga|meditação: definições operacionais de meditação ou certezas universalistas da tecnologia yoguica.

Yogi(ni) Malandro é um encantador de mundos que carrega sabedorias da imanência não-dominantes e vive “entre”, na ginga e drible de saber coexistir com o diferente: não bate de frente, mas entre, nas frestas, sempre à espreita. Ele convive com outres, para fora das sínteses aniquiladoras, mas na dobra, nas esquinas se esquivando de pré-conceitos que oprimem perspectivas de viver. Ele aproxima Exú com Shiva, asana com meia-lua-de-compasso, pranayama e a fumaça 💨 do pito de pajés, mestiços, dalits - yogas da quebrada da banda de lá (Índia ou Egito?) e os da banda de cá (Brasis).

Essas aproximações, ao contrário do que julgam os puristas, não de-NIGREM yogas mas os (re)aproxima dos saberes não-brancos. E sim tiozão, você não é branco, é um latino-americano, um"intocável" ou quer que eu desenhe?

É filosofia da diferença ou de “fresta”, como explica Rufino e Simas, que não aniquila, mas “ajunta”, na dobra, no espírito guerreiro tupinambá e dos irredutíveis charruas.

Aqui, nos yogas malandros, Durgas e Padilhas cozinham juntas feitiços do carrego colonial que as docilizaram em Parvati e Amélias. Estas trocam ideia na tronqueira devorando padê com dendê e ghee, enquanto ganesha, curumins, skanda e exús-mirins brincam entre aús e sirsasanas na roda de angola.